Descrição
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2022
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ALTO DOURO VINHATEIRO
PATRIMÓNIO MUSICAL
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Elevação da MÚSICA DO DOURO a PATRIMÓNIO MUNDIAL
Sou o autor do GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO, uma recolha (com um estudo histórico-literário) de 1.150 musicas em 3 grandes volumes, num total de 1.920 pgs.
Tenho vindo a partilhar essas e várias outras músicas (letras e som mp3) através do meu site:
https://amadora-sintra-editora.pt
Vamos mostrar à UNESCO:
Além das marcas materiais da Paisagem, será bom não esquecer o património imaterial do Douro:
As narrativas em prosa, as narrativas em verso (os rimances), as canções de amor e trabalho da vinha, as chulas, as tunas rurais, os cânticos religiosos, as desgarradas….
Estas Memórias colectivas fazem com que a Poesia e a Música constituam uma das expressões da alma suprema do Povo do Douro.
Se a poesia revela fragilidades, as músicas são imutáveis: qualquer melodia, mesmo a mais linear, tem as estruturas matemáticas de um diamante.
Estes diamantes foram polidos por muitos séculos de uso sobretudo a partir de um eixo comum, que se pode situar no séc. XI: a centralidade de Santiago de Compostela.
Tal centralidade foi garantida, ampliada e solidificada pela acção da ordem de Cister de S. Bernardo, que, aqui no Douro, fundou vários conventos: S. João de Tarouca, Salzedas, S Pedro das Águias, St Maria de Aguiar… o que não foi por acaso.
A monarquia borgonhesa trouxe até D Afonso Henriques as vinhas natais da Borgonha e a acção vitivinícola dos frades sublimou-se na criação do “vinho cheirante de Lamego”, domínio de Egas Moniz, de Afonso Henriques e de D. Sancho I.
O Douro vitivinícola foi uma criação de Cister, com D. Afonso Henriques;
o primeiro Trovador (de amigo) é D. Sancho I;
o primeiro Teatro em Portugal é dos dois Bobos de Canelas (do mesmo D. Sancho I).
Pessoalmente, como duriense, embora viva em Sintra, sinto muito que o nosso Douro pouco se tenha atrevido a estudar e a reivindicar o seu privilegiado estatuto e pioneirismo político, religioso, cultural e económico a nível nacional.
Tudo o que é sociologicamente importante está documentado nas mensagens das cantigas:
De facto, esse tempo factual da Fundação de Portugal é de guerra e sofrimento; mas a Memória Imaterial preserva, na poesia e na música, o amor, e a religião, e a ruralidade, e a iniciativa feminina, e os cenários domésticos, e o matriarcado, e o animismo (comunhão com a terra)… e, mais ainda, as festas e os bailaricos, as troças, as más línguas e quezílias… nas cantigas de amigo, de amor e de maldizer dos Cancioneiros.
Felizmente, ainda tem sido possível arquivar parte de todo esse manancial sociológico em cancioneiros e outras recolhas, e identificar as grandes estruturas da arte poética e musical, que ainda hoje perduram em muitas cantigas do Alto Douro:
o leixa-pren, o número par de estrofes, a adaptação à dança (com voz e coro), o refrão, o paralelismo, a alternância vocálica das rimas….
Assiste-se actualmente a uma grande degradação dos gostos e modas comerciais desta sociedade de abuso e consumo: até a própria Língua Portuguesa se está a bastardizar e a corromper …
Mas é estimulante a receptividade que a UNESCO demonstrou ao reconhecer a MÚSICA ALENTEJANA como Património Mundial.
Como instituições e pessoas de vocação cultural, penso que tudo temos de fazer para promover ao máximo este projecto.
Sintra, Páscoa de 2022
Altino Moreira Cardoso
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GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO
3 volumes, 1920 páginas, 1150 cantigas tradicionais (pautas).
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PARA VER, OUVIR, PROCURAR, ADQUIRIR:
https: https://amadora-sintra-editora.pt/produto/cantigas-da-vinha-1-gcad/
REC https://amadora-sintra-editora.pt/produto/cantigas-da-vinha-3-gcad/
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REC https://amadora-sintra-editora.pt/produto/cantigas-da-vinha/
REC https://amadora-sintra-editora.pt/produto/gcad_dancas/
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REC+ https://amadora-sintra-editora.pt/produto/rimanceiro-do-alto-douro/
AMC https://amadora-sintra-editora.pt/produto/em-destaque/
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Abreviaturas:
400 CPR = livro “400 CANÇÕES PRÓPRIAS REUNIDAS”
GCAD = 3 volumes (1920 pgs) “GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO”
REC = RECOLHA
REC + = Recolha, tradução ou harmonização
AMC = Autor total: ALTINO MOREIRA CARDOSO
AMC+ = Autor (partilha) ALTINO MOREIRA CARDOSO (a música, tradução ou harmonização) e outro (a autoria ou a letra)
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Site: https://amadora-sintra-editora.pt
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Livros (músicas, letras e enquadramentos histórico-literários):
Loja – MUSEU DO DOURO (Régua)
Lojas DRCN – MUSEU DE LAMEGO (S. João de Tarouca + Salzedas)
Contextos histórico-literários
Introdução ao Grande Cancioneiro do Alto Douro (vol I):
Estudo das raízes dos cantares tradicionais:
O contexto histórico galego-português, a geografia, a formação de Portugal, os temas, os géneros, a sociologia, as formas literárias, as simbologias…
Síntese:
ENQUADRAMENTO HISTÓRICO-LITERÁRIO DAS CANÇÕES
Lamego, Braga, Guimarães e, depois, Vila Real, antigas e nobres terras do início da Nacionalidade, foram importantes pólos de consolidação da nossa Nacionalidade e de Romagem a Santiago de Compostela,
a mais importante romagem da Europa (…)
Aqui tomavam alento espiritual as Cruzadas contra os Mouros (…)
Ao mesmo tempo, as peregrinações ou Jacobeos (Tiago=Jacob) transformavam também Santiago de Compostela num centro difusor da Cultura Medieval, pois aí eram expostas ao púbico, as criações dos trovadores, jograis e segréis:
as cantigas de amigo, amor e escárnio. (…)
As cantigas de amigo galego-portuguesas têm um valor literário e sociológico elevados,
o que se pode consubstanciar em algumas grandes características gerais:
A – A Coita de iniciativa feminina. Revela-se nas preocupações da donzela relativas ao seu amigo, integrado nos perigos e ausências das guerras (‘fossado’ ou ‘ferido’)
da fundação e consolidação da nossa nacionalidade.
B – A Ruralidade. O sujeito poético (ou iniciativa lírica) é a rapariga do campo no seu ambiente: nas bailadas mostra-se sonhadora e sedutora, nas alvas ou serenas encara o dilema de dormir ou não com ele, nas barcarolas ou marinhas lembra a sua partida ou dialoga com as ondas sobre ele, encontra-se com ele na fonte ou no rio, atreve-se a procurar o amor…
C – O Animismo. Consiste no desabafo com a Natureza: as flores , o vento, as águas, as ondas…
A coita feminina, a ruralidade e o animismo englobam variados sentimentos de intimismo, confidência (mãe, irmãs, amigas), enlevo, cuidados, ansiedade, paixão, saudade, morte de amor, recusa de mexericos, confiança e insegurança, algum narcisismo…
D – O Paralelismo é um conjunto de características poéticas formais e baseia-se na insistência contemplativa numa emoção (saudade, coita, etc.):
– o Número par de estrofes – processo adequado à dança em voz e coro, ou dois coros;
– a Tenção – diálogo, que caracteriza a desgarrada e a cantiga de desafio;
– o Leixapren – repetição do último verso da estofe anterior como 1º verso da estrofe seguinte;
– a Alternância vocálica da tónica – ex. amigo/amado;
– o Refrão – bordão, apoio e síntese métrica da estrofe, ponto de encontro, charneira e partida para nova estrofe.
Para além do valor poético-literário e musical, as cantigas populares medievais e do Alto Douro legam-nos um manancial de pormenores sócio-culturais,
que muitas cantigas actuais ainda conservam, de modo inesperado, mas flagrante.
Separata do vol I do GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO.
Altino M. Cardoso
Livros: MUSEU DO DOURO e MUSEU DE LAMEGO (DGCN)
Autor: https://amadora-sintra-editora.pt
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Ver: POESIA TRADICIONAL DURIENSE (Estudo)
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Ver: RIMANCEIRO DO ALTO DOURO (Estudo e Mp3)
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Ver: LEONARDUS, O PROFETA – Canções e histórias da Pátria Antiga
(Lendas de S. Leonardo de Galafura) (Com Mp3)
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