Descrição
Acessos: 155
CHULAS DURIENSES
Muitas letras são comuns

EXEMPLOS
Chula farrapeirinha (GCAD II, 1145) [Recolha e harm AMC]
Ó minha farrapeirinha,
ó minha farrapeirona,
já trazes a saia rota,
da apanha da azeitona.
O diabo leve os homens,
aqueles que bebem vinho:
não me há-de levar o meu,
esse bebe poucochinho!
Ó minha farrapeirinha,
ninguém mais do que eu te quer:
hei-de pedir-te a teu pai,
para seres minha mulher.
Quem me dera ser retrós,
ou linha de toda a cor,
para andar junto ao teu corpo,
servindo de atacador.
Já te quis, já não te quero,
já te amei, já te não amo,
a minha pouca assistência
vai te dar o desengano.
Algum dia, meu brinquinho,
o meu regalo era ver-te:
agora tanto me vale
ganhar-te como perder-te!
Ó minha bela menina,
quanto tenho te darei:
darei-te a vista dos olhos,
cego por ti andarei!
Ó minha bela menina,
hoje sim, amanhã não:
hoje me tiras a vida,
amanhã o coração!
Muito brilha o branco-branco
ao pé do branco lavado:
muito brilha i’uma menina
ao pé do seu namorado!
Ó menina, diga, diga,
por sua boca confesse
se já teve em sua vida
amor que mais lhe quisesse!
Menina, se quer saber
como agora se namora,
meta o lencinho no bolso
com a pontinha de fora.
Nem tanto estar à janela,
nem tanto olhar para o chão,
nem tanto tirar o lenço
da algibeira para a mão.
Menina, se quer ser minha,
ponha o pé na segurança,
pois há-de andar direitinha
como o ouro na balança!
__________________________
Chula de Loureiro (Arranjo: Altino M Cardoso) I, 142
tem um Filho sarrador
para sarrar a madeira
para o altar do Senhor.
_______________________
Chula da Régua (Recolha: César das Neves | Arranjo: A M C) II,1140
Eu hei-de te amar, amar,
eu hei-de te amar a rir;
mas hei-de te amar de dia,
que à noite quero dormir.
A candeia, por estar baixa,
não deixa de alumiar:
assim o amor, lá de longe,
não deixa de nos lembrar.
Há silvas que dão amoras
há silvas que as não dão:
há amores que são firmes
como há muitos que o não são.
Abre-te, meu peito, e fala!
Coração, salta cá fora:
anda ver o meu amor,
que chegou aqui agora.
As pombinhas quando nascem
põem-se logo aos beijinhos:
assim são os namorados
quando se encontram sozinhos…
Oh, coração, coração,
quem te atirara dois tiros,
com uma pistola de oiro,
carregada de suspiros!
A salsa do cais do Douro
de mimosa cai-lhe a folha:
tenho um amor bem bonito,
se não houver quem mo tolha.
O meu amor foi-se embora…
se ele foi, deiá-lo ir:
mas deixou-me prisioneira,
que não lhe posso fugir…
Vou-me embora do meu amo,
não lhe devo nem um dia:
antes me deve ele a mim
das noites que eu não dormia.
Ando por aqui de noite
às escuras como o rato:
ando de porta em porta
não atino co’o buraco.
Ando por aqui de noite
como o gavião perdido:
acordo e adormeço
contigo no meu sentido.
Limoeiro do Brasil,
bota pra cá um limão:
quero tirar uma nódoa
que tenho no meu coração.
Minha mãe é minha amiga,
quando coze dá-me um bolo:
quando se arrenega comigo
dá-me com a pá do forno!
De que servem as esquinas
numa noite de luar,
se elas não hão-de encobrir
dois amantes a falar?
O sol anda e desanda
mil voltas em derredor:
eu não ando nem desando,
sou leal ao meu amor.
Falais de mim, falais de oitros,
sempre tindes que dizer:
inda que o inferno bem cheio
vós haveis de lá caber!
Onze horas, meio-dia
e o jantar arrefece…
anda agora muito em moda:
quem mais faz menos merece!
Tenho catorze namoros
pra conversar às semanas:
três Marias, três Josefas,
Três Franciscas, cinco Anas.
____________________________________
Chula do Marão (Arranjo: A M C) I 145
bai começar a questão
desafio a cantadeira
mesmo sem ter pau na mão.
tanta léria, pouca obra
sou cantadeira assanhada
eu cá sou de pel’ de cobra.
que me dói aqui dum lado;
canta-me com mais meiguice
se me queres pra namorado.
e no meu peito bem pula
eu quero deitar-te abaixo
mas a cantar esta chula.
por ‘star a cantar contigo
– Só quero que continues
a ser sempre meu amigo
_________________________
Chula rabela (Arranjo: A M C) I, 147
– Ouves, ó lindinha? –
Eu não te digo que não!
São rapazes de calça branca,
– Ouves, ó lindinha? –
e castanheta na mão.
– Ouves, ó lindinha? –
Por ter a frente caiada,
eu também digo que viva
– Ouves, ó lindinha? –
a bela rapaziada!
– Ouves, ó lindinha? –
Vou dá-la e vou-me embora.
São horas de “recolhere”,
– Ouves, ó lindinha? –
o canário à gaiola.
_______________________________
Chula de Tabuadelo (Arranjo: A M C) ii 679
Sem solo (letra)
_________________________
Chula Arrais do barco (Arranjo: A M C) I, 104
Ó senhor Arrais do barco,
olhe lá a sua barquinha,
olhe lá a sua espadela
que não esbarre na minha!
Ó senhor Arrais do barco,
caiu uma rata à panela:
não me tire cá o caldo
que eu não quero comer dela!
Ó senhor Arrais do barco,
salte fora e venha ver:
venha ver a sua filha
que se vai “arreceber”!
______________________________
Chula de Alva (Arranjo: A M C) I, 141
– Boua noute meus sinhores,
bai começar a questão
desafio a cantadeira
mesmo sem ter pau na mão.
– Deus te perdoie cantadore
tanta léria, pouca obra
sou cantadeira assanhada
eu cá sou de pel’ de cobra.
– Num me metas tanto medo
que me dói aqui dum lado;
canta-me com mais meiguice
se me queres pra namorado.
– Eu namorado já tanho
e no meu peito bem pula
eu quero deitar-te abaixo
mas a cantar esta chula.
– Se calhar num lebo nada
por ‘star a cantar contigo
– Só quero que continues
a ser sempre meu amigo
_______________________________
Chula de Baião (Arranjo: A M C)
Sem solo (letra)?
____________________________
Chula de Barqueiros (Arranjo: A M C)
Sem solo (letra)?
__________________________
___________________________________________________________________