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GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO
– Simbologias e Conotações
Ver no GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO, Vol III - pgs 1655 > 1724
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Os símbolos são utilizados em todas as Civilizações da História, quer pelos intelectuais com formação literária e científica, quer pelo povo anónimo e analfabeto.
Existe uma infinidade de símbolos e multiplicidade de interpretações, pelo que apenas aqui deixamos alguns espécimes (preferentemente ainda ‘vivos’ no Alto Douro) e aconselhamos a leitura das muitas páginas dedicadas ao assunto no GCAD, Vol III.
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Mocho: É tido como uma ave agourenta, nocturna, núncia de infortúnios, que os romanos procuravam apanhar quando entrava em alguma casa, pregando-a nas portas, «para expiarem por seu tormento as desgraças de que ameaçavam as famílias com os seus nefastos voos». (ver Simbologia, (GCAD Vol III – pg 1.655)
Espirros: Os romanos deixaram-nos uma saudação dirigida aos que espirravam: Dominus tecum=’domisteco’=o Senhor seja contigo – Para o céu, diz-se também, em resposta, como se vê em Apuleio. Em Sanhoane diz-se ainda “Domisteco”. Os espirros deviam ser dirigidos para a direita e não para a esquerda (“sinistra”), de onde provinham agouros nefastos.
Feiticeiras: Têm uma fórmula e untura para se tornarem invisíveis, marcharem para onde querem ou se transformarem noutros animais. O povo tem vários remédios contra feitiços, entre os quais se conta a figa, ou seja,
o phallus (= falo, membro viril entre os Gregos), correspondente ao Deus Príapo entre os romanos. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Fogueiras: Em algumas localidades ainda se faz a fogueira de Natal que dura vários dias.
Nas noites de São João e São Pedro queima-se marrolho (erva de flor amarela), rosmaninho, uma erva que se cria na primavera nos sequeiros dos lameiros e dança-se à roda das fogueiras, cantando loas aos ditos santos. (ver Simbologia, c. III)
Funerais (culto dos mortos): Em determinadas aldeias há jantaradas nos enterros e funerais, que se prolongam pela noite dentro: as pessoas vêm de longe e nas aldeias não há onde dormir. Ou, pelo menos, são servidos comes e bebes, pão e vinho. O culto aos mortos – reservado ao Purgatório, pois no Céu já não precisam e no Inferno é escusado… – é de origem católica e tem o nome de ’Finados’. É comemorado no dia 2 de Novembro de cada ano, logo depois do dia de Todos-os- Santos. No início era mais íntimo, litúrgico e eclesial, com missas adequadamente
solenes; depois estendeu-se aos cemitérios, evoluindo para aspectos mais sensoriais, com velas (símbolos de presença entre nós e de fé – (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655), flores (crisântemos) e outros ornamentos.
O culto dos mortos existe ancestralmente em todas as culturas do mundo. Em Portugal e Europa, o Dia de Finados é celebrado com tristeza, mas no México, que também é um país católico, fazem uma enorme e alegre festa! (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Judeus: Era comum fazer aos judeus a acusação de ‘abafarem’ os doentes sem esperança de cura, para lhes abreviarem o sofrimento; hoje, a esse ‘abafo’ (que livraria o Estado de mais um reformado) chamar-se-ia, finamente, ‘eutanásia’.
Lobisomens: Segundo uma lenda popular trasmontana, nascem com o fadário de lobisomens os filhos gerados em sexta-feira santa e também os de compadre e comadre. A crença em lobisomens – homens transformados em lobos – é muito antiga; por vezes readquire a personalidade humana, readquirindo-a ao fim de certo tempo (uma noite,
uma lua, alguns anos). (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Malmequer: desfolhar o malmequer dá aos namorados informaçõs sobre se um deles tem ou não amor ao outro. Tal usança já vem do paganismo que, para isso utilizava a flor da papoila, colocando na mão fechada e batendo com a outra em cima. Conforme o estalo da flor, era grande, pequeno ou nulo, assim significava o grau de amor. (ver
Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Mandrágora: Apuleio também a menciona, dizendo que «o soporífero da mandrágora é famoso pela modorra que causa e eficaz para produzir um sono semelhante à morte». São-lhe atribuídas propriedades medicinais: afrodisíaca, alucinógena, analgésica, narcótica e fecundante. O uso da raiz da planta é muito antigo, encontrando-se citado nos textos bíblicos (Génesis,30:14 e Cantares,7:13).
Segundo lendas medievais, as raízes da mandrágora deveriam ser colhidas em noite de lua cheia, puxadas para fora da terra por uma corda presa a um cão preto; se outro animal ou pessoa fizesse esta tarefa, a raiz “gritaria” tão alto que o mataria.
Outra lenda refere que a mandrágora tinha como semente o gozo de um homem enforcado; o fruto, idêntico a uma pequena maçã, exala um odor forte e fétido; a raiz tem uma forma humana.
Essa planta também é citada em importantes obras literárias:
– Shakespeare, em Romeu e Julieta, acreditando-se que o remédio que Julieta tomou para fingir estar morta tenha sido extraído dela.
– J K Rowling, em Harry Potter, pelas suas raízes e aparência humana.
– Também é citada no filme O Labirinto do Fauno, onde é usada para amenizar as complicações da gravidez da mãe da personagem Ofélia.
– Citada, ainda, no jogo Odin Sphere para o console Playstation 2, onde se devem arrancar da terra para a confecção de poções com diferentes finalidades.
– No mangá (história em quadrinhos japonesa) Mx0, as mandrágoras assumem forma “humana”, num fictício campo mágico, devido ao facto de a sua forma se assemelhar à figura humana. (ver Simbologia, c. III)
Olhar para trás: Nas crendices populares, encontra-se a de não olhar para trás ao andar.
Pé esquerdo: Entrar em casa com o pé esquerdo, é de mau agoiro. Nos templos gregos, a escadaria para subir ao altar tinha três degraus, número mágico. Mas bastaria construí-las em qualquer número ímpar, pois naturalmente se inicia a subida com o pé direito e esse seria automaticamente o mesmo da entrada em casa. (ver Simbologia, c. III)
Pregos nas portas: Os romanos cravavam nas portas pregos arrancados dos sepulcros, ou colocavam nelas o phalus (polegar metido entre o indicador e o médio), para afugentar de seus jardins malefícios e ladrões. (ver Simbologia, c. III)
Culto da pedra (ver Simbologia, c. III)
Raio: Não há muita gente que não tenha respeito pelos raios, faíscas e relâmpagos, pois não prenunciam nada de bom. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Culto da serpente: A serpente é um símbolo de sabedoria para filósofos, alquimistas, médicos e sacerdotes. Representa o cúmulo de conhecimento conseguido através dos tempos e a reciclagem constante nas suas infinitas trocas de pele. Tem o poder de matar e curar com o mesmo veneno. A serpente mais velha de todas é a do Éden bíblico, que enfeitiçou e seduziu o primeiro casal humano. (ver Simbologia, c. III)
Sonhos: (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Tabus: São preceitos considerados religiosos ou supersticiosos que envolvem conceito de sacrilégio para quem os transgride, atraindo pesados castigos sobre os transgressores. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Totemismo: (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Varinha de condão: (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Vassoura: pôr uma vassoura com o cabo para baixo atrás da porta faz as visitas indesejáveis irem embora depressa; a vassoura deve ser guardada na posição vertical para evitar desgraças; crianças que montarem em vassouras serão infelizes; varrer a casa à noite expulsa a tranquilidade. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Número 13: é tido como sinal de infortúnio, e, também, de bom agouro. Se uma sexta-feira cair no dia 13 é um sinal de perigo e, nesse dia, todo o cuidado é pouco. O número treze é tão temido que há lugares onde os prédios não possuem o décimo terceiro andar. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Cabelos: Existiam mulheres que ofereciam as cabeleiras aos santos, como o fim de recuperar o amor dos seus maridos. Aquiles corta a sua cabeleira para ser queimada na fogueira fúnebre de Pátroclo (Homero, Ilíada, conto XXIII).
Elefantes: ter um elefante de enfeite, sobre um móvel qualquer, sempre com a tromba erguida mas de costas para a porta de entrada, evita a falta de dinheiro. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655)
Orelha: se uma orelha aquecer de repente, alguém está falando mal; se for dizendo os nomes suspeitos a orelha parará de arder. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655).
Gatos: na Idade Média, acreditava-se que os gatos pretos eram bruxas transformadas em animais; por isso a tradição diz que ver um gato preto é azar. Mas há quem diga que, quando um gato preto entra em casa, é sinal de dinheiro; por isso, acariciar um gato atrai boa sorte e ter um gato em casa atrai fortuna. Se um gato dobrar as patas e se deitar sobre elas deixando-as escondidas, é sinal de tempestade. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655).
Espelhos: quem quebrar um espelho terá sete anos de azar. Ficar a olhar-se num espelho quebrado, significa quebrar a própria alma. Ninguém se deve também ver ao espelho à luz de velas. Nem duas pessoas se devem olhar ao mesmo tempo no mesmo espelho. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655).
Aranhas: aranhas, grilos e lagartixas representam boa sorte para o lar; matar uma aranha pode causar infelicidade no amor. (ver Simbologia, (GCAD Vol III- pg 1.655).
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