As VALSAS – como os TANGOS e as SERENATAS – foram sempre companheiras dos sonhos juvenis dos anos de procura de romance e Amor. A que se associava, sempre, a contextualização com uma rapariga bonita de vestidinho leve e rodado, um cálice de vinho fino… uma guitarra ou um violino.
A TAUC (Tuna Académica da Universidade de Coimbra) virtualizava alguns desses sonhos, com música orquestral, tangos e, sobretudo, com serenatas… uma guitarra, uma viola e uma voz de cristal jovem.
A gratidão, as saudades e a devoção de quem participou são para sempre sacralizadas pela liturgia da Música.
Transcrevo uma valsa centenária da TAUC [TUNA ACADÉMIA DA UNIVERSIDDE DE COIMBRA], com a devida vénia a Adamo Caetano e às TUNALIDADES 4, de 5-11-2020.
A valsa é mundo d’esperanças De mil febris sensações Laços que estreitam instantes Bem juntos, dois corações.
Valsa da Récita dos Quintanistas de 1895/1896:
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VALSAS de Altino M Cardoso (Autoria ou Arranjos)
O Douro na Régua (400 CPR, 459) [Música: Altino M. Cardoso]
Todos os textos e músicas deste site estão publicados em livros, de que, individualmente (em local próprio deste site) se apresentam as capas e uma sinopse.
Apresenta-se uma listagem:
GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO
(3 volumes - [3x640p=] 1.920 pgs - 1.150 músicas (pautas + mp3 parcial):
Recolha, estudo histórico-literário e escrita poético-musical de Altino M. Cardoso);
400 CANÇÕES PRÓPRIAS REUNIDAS
[400 CPR] (400 canções do autor: Altino Moreira Cardoso).
A compilação tem 532 páginas, divididas em 10 sectores (pautas + mp3 parcial) :
LEONARDUS, O PROFETA-CANÇÕES E HISTÓRIAS DA PÁTRIA ANTIGA [Autor: AMC]; (pautas m/l + mp3 parcial).
CANCIONEIRO SALOIO (recolha e escrita de canções da Região Saloia ) [Autor: AMC]; (pautas m/l + mp3 parcial).
O CALDINHO DE PEDRA & MAIS 20 TEATRINHOS (OPERETAS) [música, adaptação em verso e dramatização de contos tradicionais] [Autor: AMC]; (pautas m/l + mp3 parcial).
MÚSICAS PARA VERSOS ESCOLHIDOS POR AMÁLIA [Autor: AMC]; (pautas m/l + mp3 parcial).
MÚSICAS [44] PARA A MENSAGEM DE FERNANDO PESSOA [Autor: AMC]; (pautas m/l + mp3 parcial).
MÚSICAS PARA 30 POEMAS DE AM PIRES CABRAL [Autor: AMC]; (pautas m/l + mp3 parcial).
CANCIONEIRO MUSICAL DE PENAGUIÃO [com o P Manuel Mourão]; (pautas m/l + mp3 parcial).
CANCIONEIRO ANCESTRAL BARROSÃO [com o P António Fontes]; (pautas m/l + mp3 parcial).
(Partitura: canto, piano [Autor: AMC] + orquestração para banda filarmónica: A Morais);
HINO DA AMADORA – CIDADE-MENINA CIDADE-MULHER [Autor: AMC]; (pautas m/l + som mp3).
HINO DE SINTRA PATRIMÓNIO MUNDIAL [Autor: AMC]; (pautas m/l + som mp3).
(Partitura: canto, piano [Autor: AMC] + orquestração para banda filarmónica: A Morais);
Observações:
Alguns livros contêm exclusivamente canções (pautas com letra e música); outros associam as canções com outras modalidades e temáticas – por ex. LEONERDUS, O PROFETA…. ou O CALDINHO DE PEDRA.
A Grelha/Listagem desta Base de Dados apresenta 4 colunas:
Numeração + Título do livro + Título da música + Página do livro + Som (mp3).
Os títulos dos livros apresentam-se, por vezes, em abreviaturas:
. Ou as iniciais do título completo, por ex: (GCAD =) GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO, (400 / 400CPR) 400 CANÇÕES PRÓPRIAS REUNIDAS…
. Ou focando apenas o essencial do título, por ex: MÚSICAS … MENSAGEM (= MÚSICAS PARA A MENSAGEM DE FERNANDO PESSOA)
1.Bailemos nós já todas três, ai amigas,
sô aquestas avelaneiras frolidas,
e quem for velida, como nós, velidas,
se amigo amar,
sô aquestas avelaneiras frolidas
verrá bailar (verrá bailar).
2.Bailemos nós já todas três, ai irmanas,
sô aqueste ramo destas avelanas,
e quem for louçana, como nós, louçanas,
se amigo amar,
sô aqueste ramo destas avelanas
verrá bailar.
3.Por Deus, ai amigas, mentr’al nom fazemos
sô aqueste ramo frolido bailemos,
e quem bem parecer, como nós parecemos,
se amigo amar,
sô aqueste ramo, so que nós bailemos,
verrá bailar.
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Pois nossas madres vão a Simão [400 CPR 497?] Música: Altino M Cardoso
em lançamento
Ai, flores, ai, flores do verde pino [versão 2 – harmónica] [400 CPR 495] Música: Altino M Cardoso
– Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs conmigo?
Ai, Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado?
Ai, Deus, e u é?
– Vós me preguntades polo voss’amigo
e eu bem vos digo que é san’e vivo.
Ai, Deus, e u é?
– Vós me preguntades polo voss’amado
e eu bem vos digo que é viv’e sano.
Ai, Deus, e u é?
– E eu bem vos digo que é san’e vivo
e será vosco ant’o prazo saído.
Ai, Deus, e u é?
– E eu bem vos digo que é viv’e sano
e será vosc[o] ant’o prazo passado.
Ai, Deus, e u é?
1.A.Levad’, amigo, que dormides as manhanas frias
B.tôdalas aves do mundo d’amor diziam:
leda m’and’eu! (leda leda m’and’eu) (bis)
2.A.Levad’, amigo que dormide’las frias manhanas
B.tôdalas aves do mundo d’amor cantavam:
leda m’and’eu!
1.B.Tôdalas aves do mundo d’amor diziam,
C.do meu amor e do vosso em ment’haviam:
leda m’and’eu!
2.B.Tôdalas aves do mundo d’amor cantavam,
D.do meu amor e do vosso i enmentavam:
leda m’and’eu!
1.C.Do meu amor e do vosso em ment’haviam
vós lhi tolhestes os ramos em que siíam:
leda m’and’eu!
2.D.Do meu amor e do vosso i enmentavam
vós lhi tolhestes os ramos em que pousavam:
leda m’and’eu!
Vós lhi tolhestes os ramos em que siíam
e lhis secastes as fontes em que beviam;
leda m’and’eu!
Vós lhi tolhestes os ramos em que pousavam
e lhis secastes as fontes u se banhavam;
leda m’and’eu!
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Palaciana (s. XV) – Senhora, partem tão tristes… [400 CPR 499] Música: Altino M Cardoso
1. Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
2. Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
3. Partem tão tristes os tristes,
tão fora de esperar bem,
que nunca tão tristes vistes
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
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Marinha/Barcarola – Sedia m’ eu na ermida de S. Simon… [400 CPR 498] [Música: Altino M Cardoso]
Sedia-m’eu na ermida de San Simon
e cercarom-mi as ondas, que grandes som!
Eu atendendo meu amigo, eu atendendo meu amigo,
Eu atendendo o meu amigo, o meu amigo… (bis)
Estando na ermida ant’o altar
e cercarom-mi as ondas grandes do mar.
Eu atendendo meu amigo, eu atendendo…
E cercarom-mi as ondas, que grandes som!
Nom hei eu i barqueiro nem remador.
Eu atendendo meu amigo, eu atendendo…
E cercarom-mi as ondas do alto mar;
nom hei eu i barqueiro nem sei remar.
Eu atendendo meu amigo, eu atendendo…
Nom hei eu i barqueiro nem remador
e morrerei fremosa no mar maior.
Eu atendendo meu amigo, eu atendendo…
Nom hei eu i barqueiro nem sei remar
e morrerei fremosa no alto mar.
Eu atendendo meu amigo, eu atendendo…
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Cantiga de Romaria (Amigo) – Poema: Pero Viviães | Música: Altino M Cardoso
Pois nossas madres vam a Sam Simom
de Val de Prados candeas queimar,
nós, as meninhas, punhemos d’andar
com nossas madres, e elas entom
queimem candeas por nós e por si,
e nós, meninhas, bailaremos i.
Nossos amigos todos lá irám
por nos veer e andaremos nós
bailand’ant’eles fremosas em cós;
e nossas madres, pois que alá vam,
queimem candeas por nós e por si.
e nós, meninhas, bailaremos i.
Nossos amigos irám por cousir
como bailamos e podem veer
bailar [i] moças de bom parecer;
e nossas madres, pois lá querem ir,
queimem candeas por nós e por si,
e nós, meninhas, bailaremos i.
A criação poético-musical dedicada à EMIGRAÇÃO é digna de um respeito muito especial, pois engloba profundas situações emocionais e delicadas problemáticas familiares, que ultrapassam as próprias necessidades de sobrevivência económica.
Nesse sentido este site inclui uma amostragem de canções de AMC, gravadas em mp3, que fazem parte dos conteúdos do livro
CANÇÕES INESQUECÍVEIS LUSO-EUROPEIAS
e, ainda, nomeadamente, do volume intitulado
400 CANÇÕES PRÓPRIAS REUNIDAS,
que compila a produção musical própria de AMC, portanto exterior às recolhas que integram os 3 grandes volumes do
GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO.
Nas letras das canções estão presentes as grandes mensagens e preocupações que constituem a mística do Emigrante: a Mãe, a Noiva, a Casa, os Filhos, as Tradições, a Terra… o Exílio e as Saudades de Tudo....
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EXEMPLOS
A mãe do emigrante (L e M-AMC) [400 CPR 254]
A mãe do emigrante
Refrão:
Espero-te à tardinha
sentada no portal,
tal como uma andorinha
No ninho do beiral…
1. Partiste um dia, assim,
Era uma manhãzinha,
Abraçaste-te a mim,
A tua mãe velhinha…
Depois, e de repente,
Puseste-te a abalar,
Para não ver a gente,
Que estavas a chorar…
2. As cartas que me escreves
E eu leio a hora do terço,
São duas letras breves,
Falam sempre em regresso..
Esperando-te, a tardinha,
Eu rezo: ”Deus te ajude!
Regressa em vida minha!
Que eu tenha essa virtude!”
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Camponês e emigrante (L e M – AMC) [400 CPR 236]
Camponês e emigrante
1. Homem! Trabalhas
Na Terra sagrada;
Eu beijo a enxada
Das tuas batalhas!
Rasga as funduras
Da Terra encantada;
Terra baptizada
De suor e amarguras!
Refrão:
A Primavera virá
florir os teus passos!
à noite, a ceia trará
carinhos e abraços…
aperta bem os teus braços!
…à porta, o papá
esquece os cansaços… (bis)
2. À Europa vai,
À América chega;
África não nega…
O Mundo o atrai!
E ao chegar
A paz da lareira
Esquece a canseira
No sagrado lar.
3. Homem! O Mundo
É grande e feliz!
Maior que o País,
Teu Sonho é profundo!
O teu destino
É pra além da vida
Cabeça erguida
Ao Sonho divino!
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Junto ao Sena (L e M – AMC) [400 CPR 234]
PORT:
Quando estou triste, vou junto do Sena pensar,
Vou procurar-te, sozinho, olhos postos no chão…
Quando, vestido de névoa, espreita o luar,
Vejo as passadas deixadas pela Solidão…
Refrão:
E o Sena não leva esta mágoa sem fim!
A espuma escarnece pedaços de mim!
Lá vai o Sena a fugir sem o meu coração,
Num desespero eterno de amor-solidâo!
Passam farrapos de sonhos na luz do luar,
Não vens à cruz dos meus braços, em sombra, no chão…
E, assim, sozinho, sozinho, eu te vou procurar
E deixo escrita na areia esta cruz-solidão!
Au bord de la Seine
Quand je suis triste, je vais jusqu’au bord de la Seine
Pour te chercher dans la nuit, dos courbé vers le sable…
Quand, à travers le brouillard, vient la lune guetter,
Je fais les pas solitaires des vies misérables…
Refrain:
Je voudrais mourir, mais d’amour, mais pour toi!
La Seine refuse m’entendre… pourquoi?
Elle s’en va douce et forte sans mon coeur qui bat,
Comme mes pas qui se traînent, la Seine s’en va…
Il y a des rêves en morceaux qui accompagnent la lune..
Tu ne viens pas dans cette ombre de mes bras en croix,
Pourtant, je marche, toujours, tristement, solitaire,
Le dos courbé, chaque nuit, par le loin que c’est toi.
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Noiva do emigrante (L e M – AMC) [400 CPR 260]
Noiva do emigrante
Vou ser feliz, vou ser feliz de ora em diante,
Já não me importa que exista a palavra adeus!
Ontem, não tinha o meu amor, que era emigrante;
Hoje, já o tenho ao pé de mim, graças a Deus!
Vou ser feliz, ser feliz,
E cantar e cantar!
Dizer bem alto que te amo
e que vamos casar!
Tocam os sinos,
há flores e estrelas,
risos de meninos,
canções sempre belas…
e há nuvens no ar
e barquinhos no mar,
e acabou a tristeza,
a alegria chegou,
duas velas no altar,
um parzinho a ajoelhar,
e a noiva sorri,
sempre junto de ti…
FRA:
Je suis
l’heureuse fiancée de l’émigrant,
pour moi,
l’adieu n’existe plus, dorénavant!
L’amour,
je l’ai bien attendu, j’ai bien pleuré…
l’amour, l’amour, l’amour, l’amour est arrivé!…
J’aurai la joie de t’aimer,
de chanter, de chanter!…
et tout le monde saura
qu’on va se marier!
Entends les cloches,
les fleurs,
les étoiles,
les rires d’enfants,
et les chansons si belles,
les nuages dans l’air!
la tristesse est finie
et la joie arrivée…
deux bougies sur l’autel
nous les deux à genoux.
La fiancée – c’est moi!
(La fiancée – c’est moi!)
yeux bien fixés sur toi!…
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Romance de Portugal (L e M-AMC) [400 CPR 279]
Romance du Portugal
Refrão
Sentado a beira do mar,
Fitando as ondas
(Mar profundo…)
Vem o emigrante chorar
Olhando os longes
Deste Mundo…
1. Fita os castelos na areia,
À luz da Lua Cheia
De quando menino…
2. Vê-se pastor pequenino,
Guardando cordeiros
Nos tempos primeiros
3. Ei-lo Viajante do Mar!
A perder e a encontrar,
Ele aí vai, ele aí vem!
4. Quanto tinha, quanto tem!
Mas os olhos profundos
Vêm ébrios de mundos!…
5. As mãos cheias de Infinito,
Presente num grito
De cravos vermelhos…
6. Sonhos novos… sonhos velhos.
Céu e mar de esperança…
Que bom ser criança!
FRA:
Assis au bord de la mer,
Fixant les ondes (mer profonde…)
Le Portugal vient pleurer,
Fixant les ondes
De la mer…
1. Adieu châteaux en Espagne,
Au clair de la lune
de sa bonne enfance,
2. Le voilà maître du monde,
La Gloire est profonde,
Qu’il perde ou qu’il gagne,
3. Mais ses mains sont toujours vides,
Ses yeux toujours pleins
De rêves et d’étoiles,
4. Sa limite est l’infini,
Présent dans le cri
De ses oeillets rouges,
5. Mais, sans espoir, sa tristesse
Le mène à l’enfance…
…Toujours l’espérance…
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Regresso do emigrante (L e M-AMC) [400 CPR 278]
Regresso do emigrante
1. Olhaste a última vez essa aldeia distante;
Uns olhos rasos de pranto diziam adeus…
A tua alma parava, não ia adiante,
Mas vinha a luz da Esperança dizer: “Vai com Deus…”
E tu fizeste o peito ao alto!
mais companheiros prontos p’ro salto!
Depois, na França,
músculos de aço,
a tua esperança
vence o cansaço…
Longe, na terra,
estão os teus;
pensas na hora
do último adeus…
…francos no bolso,
viatura a andar,
eis-te a caminho
p’ra os abraçar…
2. Vendendo a força do corpo pelo pão para a boca,
Vens procurar o cantinho de quando criança…
– Porque, afinal, nesta vida, o amor não se troca:
faz-se de noite e saudade, de sol e esperança…
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A casinha do emigrante (L e M-AMC) [400 CPR 252]
A casinha do emigrante
A casinha do emigrante (do emigrante…)
Fica no alto da aldeia (alto da aldeia…)
E pelo dia adiante (adiante…)
Tem a vida da colmeia (da colmeia…)
De manhã, o Sol nascente (o Sol nascente…)
Traz-lhe a voz dos passarinhos (passarinhos…)
E o trabalho vai contente:
Tens contigo a tua gente,
Nunca mais faltam carinhos!
Refrão:
O emigrante chegou,
Fez casa na aldeia.
Nunca mais voltou
A sua odisseia!
O seu coração
Pode descansar:
– Os filhos têm pão
Há calor no lar…
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Fado para o emigrante desconhecido (L e M-AMC) [400 CPR 243]
Fado para o emigrante desconhecido
1. És do campo ou és da serra?
– Tua boca nada diz… (bis)
Fechada em fome de terra,
(És do campo ou és da serra?)
Na terra foste infeliz… (bis)
2. Quando penses nesta vida
De revolta e solidão, (…)
Tens na tua Pátria querida
(Quando penses nesta vida…)
A doce palavra irmão… (,..)
3. Quando regressares de vez
Da venda do teu suor, (…)
Que já não saibas de cor
(Quando regressares de vez…)
O teu fado português! (…)
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Um amor português (L e M-AMC) [400 CPR 284]
Um amor português
O amor é pedaço de céu,
é retalho de véu,
ou de nuvem do ar.
O amor é colina, é aldeia,
é trabalho, é colmeia
a crescer e a cantar!
O amor é bocado de chão,
é uma enxada na mão,
é fogueira no lar,
É lábios de uma rapariga,
de olhar em cantiga,
p’ra logo chorar . . .
O amor é o pão,
o vinho, o calor,
é o ontem, o hoje,
é o Sempre – o amor!
E não é Paris,
nem França, nem Mundo,
pois, no meu País,
é bem mais profundo! (bis)
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A Chuva cai em Paris… (L e M-AMC) [400 CPR 230]
A Chuva cai em Paris…
A chuva cai…
Na aldeia há frio, talvez neve…
Talvez um coração que pára…
Talvez a Dor, na solidão desses caminhos…
Ou o abandono sem carinhos…
… A chuva cai…
Refrão:
Na minha aldeia, os pobres,
sem calor, talvez sem pão…
Lareira de abandono,
cinza fria, solidão…
Na minha aldeia, o amor
abre-se em chamas de esperança,
em braços de criança
que espera o pai…
A chuva cai…
com a tristeza e o abandono…
Folhas caídas pelo Outono…
Estar à janela,
A ver a chuva, faz pensar
Que existe o amor, que existe um lar…
… A chuva cai…
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Recordações do emigrante (L e M-AMC) [400 CPR 276]
Recordações do emigrante
Enquanto
levemente a Lua passa
e a brisa
adormece entre a folhagem,
Enquanto
nem só uma ave esvoaça,
eu canto
num sorriso à tua imagem…
Na alma
tenho rosas e poesia
e a angústia
do meu grito em ansiedade!
Perdi-me
nos caminhos da alegria
em busca
de maior prosperidade!
Refrão:
Minha aldeia!
Do mistério e das barreiras,
Da coragem, das canseiras,
Ferro, fogo, ardor, paixão!!
Minha aldeia!
Dos bons-dias nos caminhos,
Candeia acesa aos velhinhos,
Saudade e recordação… (bis)
2017 – PERFIL LITERÁRIO DE ALTINO M. CARDOSO – Jorge Sales Golias
O Autor traça um perfil global de AMC através das obras e temáticas que tem cultivado na sua carreira literária:
a) LITERATURA,
b) POESIA(LETRAS DAS MÚSICAS).
c) TEATRO,
d) HISTÓRIA,
e) MÚSICA E, AINDA,
f) JORNALISMO:
Depois de vária colaboração em diversos meios de Comunicação Social, merece destaque a fundação e direcção do Mensário próprio, intitulado JORNAL AMADORA-SINTRA, fundado em 1991 e publicado regularmente até Julho de 2003.
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OBSERVAÇÃO
Este livro engloba trabalhos apenas até 2017, data da sua publicação. Mas, à optamos por ir actualizando à medida que AMC vai publicando outras obras e projectos.
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ALTINO MOREIRA CARDOSO
Nasceu na freguesia de Loureiro, Peso da Régua. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Coimbra, em 1969. A sua tese de licenciatura versou a Obra de Afonso Duarte, um poeta da ‘Presença’.
Frequentou, ao mesmo tempo, o Conservatório de Música de Coimbra na especialidade de Violino, como elemento da Tuna Académica e do Ensemble de Câmara Carlos Seixas, (…)
Concluído o Curso de Ciências Pedagógicas (também na Fac. de Letras da U.C.), foi Professor do Ensino Secundário, com Estágio e Exame de Estado no Liceu Normal de D. João III, em Coimbra (1972).
Trabalhou no Liceu da Amadora (Professor Agregado), Liceu de Queluz (Efectivo entre 1973-2002).
Frequentou a Faculdade de Direito de Lisboa (3º ano/1973-1976).
TRABALHOS PEDAGÓGICOS:
Em complemento da actividade pedagógica, criou na Amadora (1976) o CENTRO DE ESTUDOS E LIVROS DIDÁCTICOS (CELD), elaborando e editando vários trabalhos, em que se insere uma obra sobre estratégia de preparação de EXAMES (1996), adoptada no ensino universitário (Universidade Internacional – Ano Zero).
1972 – OS LUSÍADAS-COMO REVELAR AOS JOVENS DO NOSSO TEMPO OS VALORES CONTIDOS NO POEMA (Tese de Estágio e Exame de Estado – Liceu Normal D. João III, Coimbra);
1974 – FRANCE – CENTRES D’INTÉRÊT (Didáctica Editora) – Esg.
1977 – INICIAÇÃO MUSICAL I (Centro de Estudos e Livros Didácticos) – Esg.
1977 – INICIAÇÃO MUSICAL II (CELD) – Esg.
1978 – CANÇÕES PARA TODAS AS ESCOLAS (Básica Editora) – Esg.
1979 – MANHÃ SUBMERSA, de V. Ferreira (Estudo e Antologia) (CELD) – Esg.
1980 – ANTOLOGIA FERNANDO PESSOA (CELD) – Esg.
1992 – PGA-PASSAPORTE (Prova Geral de Acesso ao Ensino Superior) – Esg.
EDIÇÕES – Colecção ÊXITO:
1996 – PROVAS-MODELO 12º ANO – Esg.
1996 – EXAMES DO 12º ANO (organização) – 2 volumes – Esg.
1996 – EDIÇÃO: Provas resolvidas de Português, Matemática, Física, Química, Biologia, Psicologia, Geometria Descritiva – 12º ano – Esg.
1997 – Provas resolvidas de Port, Fís, Mat, Biol, Quí (5 vols) – 12º ano. – Esg.
JORNALISMO
1976-1980 – Colaborou na revista “MÚSICA & SOM – Iniciação Musical)”
1980-1990 – Funções directivas, na “Tribuna de Queluz” (“JORNAL DA AMADORA”) e no “JORNAL DE QUELUZ”.
1991-2003 – Fundou e dirigiu o “Jornal AMADORA-SINTRA”.
2003 –… – Mantém as Edições AMADORA-SINTRA
2021 – Arranque do SITE: htttps://amadora-sintra-editora.pt
PRODUÇÃO MUSICAL:
Como compositor, é autor de mais de quatro centenas de canções (algumas registadas na SPA), entre as quais músicas para a Infância, Poetas portugueses, História de Portugal, Contos Populares, “MENSAGEM” (os 44 poemas) de Fernando Pessoa… Alguns conjuntos (populares, corais e instrumentais), têm utilizado e gravado canções suas, nomeadamente o Regional Duriense, o Rancho de Loureiro, os Rabelos do Douro, a Tuna da Escola Sup. Agrária de Santarém, o Orfeão de Leiria. (…)
OBRAS MAIS RECENTES DO AUTOR:
2000 – O HOMEM DO DOURO NOS CONTOS DE JOÃO DE ARAÚJO CORREIA;
2003 – MANUEL DO MUNDO (teatro);
2003 – O UNGIDO DE DIÓNISOS E OUTROS ENSAIOS (figuras literárias: Fernando Pessoa, Miguel Torga, Araújo Correia, Agustina, Álvaro de Campos, Camões…);
2004 – MÚSICAS (44) PARA A MENSAGEM DE FERNANDO PESSOA;
2005 – CANCIONEIRO SALOIO;
2006 – SEMINÁRIO DE DIAMANTE (nos 75 anos do Seminário de Vila Real);
2006 – GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO I: . Cantigas da Vinha;
2007 – GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO II:
. Tunas Rurais- Cantares Religiosos-Rimances-Desgarradas;
2009 – GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO III:
. Contexto histórico, duriense, poético, musical e europeu;
2010 – HEITORZINHO DE LOUREIRO, PAIXÃO E SANTIDADE (drama em 3 actos);
2010 – AFONSO HENRIQUES, NO DOURO NASCIDO E EDUCADO (jornalismo;
2011 – D. AFONSO HENRIQUES – OS MISTÉRIOS E A LÓGICA;
2011 – CANCIONEIRO ANCESTRAL BARROSÃO
(com o Padre António L. Fontes–Vilar de Perdizes);
2011 – RIMANCEIRO DO ALTO DOURO;
2012 – POESIA TRADICIONAL DURIENSE,
COM D. SANCHO I, O PRIMEIRO TROVADOR;
2012 – MÚSICAS PARA A MENSAGEM DE FERNANDO PESSOA (2ª edição acresc.);
2012 – CANÇÕES INESQUECÍVEIS LUSO-EUROPEIAS (2ª ed.);
2012 – A MAGNA CARTA DA HISTÓRIA DO VINHO DO PORTO
– A ESCRITURA DE CISTER (1142);
2013 – OS BOBOS DURIENSES DE D. SANCHO I E O INÍCIO DO TEATRO PORTUGUÊS;
2013 – A MAGNA CARTA DA HISTÓRIA DO VINHO DO PORTO
– A ESCRITURA DE CISTER (1142) – (2ª ed.);
2014 – DO VINHO DE MISSA DE CISTER AO VINHO DO PORTO
-A MAGNA KARTA DE 1132 (3ª ed.);
2014 (Março) – 1970–UM ANO DE OURO DA TUNA ACADÉMICA DE COIMBRA;
2014 (Junho) – ACESSO A FERNANDO PESSOA (2ª ed.);
2014 (Dezembro) – LEONARDUS, O PROFETA–Canções e Histórias da Pátria Antiga;
2015 – 1956–UM ANO DE OURO da TAUC (Tuna A Coimbra): O PÉRIPLO DE ÁFRICA;
2015 – MÚSICAS PARA VERSOS ESCOLHIDOS POR AMÁLIA
2016 – MUSEU SALOIO–MEMÓRIA IMATERIAL
(Estudo etnográfico e Álbum fotográfico legendado);
2016 – MANUEL DO MUNDO (teatro), 2ª ed.;
2017 – O CALDINHO DE PEDRA & MAIS 20 TEATRINHOS (OPERETAS)
– Contos tradicionais musicados e dramatizados;
2018 – MONSENHOR ÂNGELO MINHAVA-O MÚSICO E O PEDAGOGO;
2018 – 400 CANÇÕES PRÓPRIAS REUNIDAS;
2018 – ABORDAGENS [Ensaios Literários]
– 3 Escritores Durienses: Agustina Bessa-Luís, António Cabral e J. de Araújo Correia;
2018 – MÚSICAS SALOIAS PALACIANAS (Reconstituição para cravo/piano);
2018 – ACESSO A MIGUEL TORGA-ADOLFO, A CRISÁLIDA (Volume I);
2020 – HINO DE SINTRA PATRIMÓNIO MUNDIAL;
2020 – HINO DA AMADORA [Cidade-menina – Cidade-mulher];
2020 – CANCIONEIRO MUSICAL DE PENAGUIÃO (c/ P António Mourão);
2020 – CANTARES EM FAMÍLIA;
2021 – (Out) ARRANQUE DO SITE DO AUTOR — https://amadora-sintra-editora.pt
2022 – (Abr) GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO – (Sep.) Estudo Introdutório;
2022 – (Set) 50 CANÇÕES PARALELÍSTICAS DO ALTO DOURO – Sep. do GCAD;
2022 – (Nov) RETALHOS DE ESCRITA II;
2022 – (Dez) D. AFONSO HENRIQUES – A LÓGICA SEM MISTÉRIOS;
Projectos em execução:
– 2023 – AGUSTINA–OS VÉUS E AS SOMBRAS;
– ACESSO A MIGUEL TORGA (Volume II) – A BORBOLETA;
– VERSOS AMACHUCADOS;
– FOTOBIOGRAFIA;
– TEXTOS INTERVENTIVOS.
Sobre o Autor:
2017 – PERFIL LITERÁRIO DE ALTINO M. CARDOSO – Eng. Jorge Sales Golias