400 CPR_SERENATAS

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AS SERENATAS DE COIMBRA eram (e ainda são) ritos musicais destinados a homenagear e cortejar, no segredo da noite discreta, a donzela que se queria atrair. As serenatas integram ainda as tradições da praxe académica e a Sé Velha oferece (talvez desde D. Dinis) o ambiente romântico ancestral para o início da Queima das Fitas.

As suas raízes situam-se na escala ascensional do amor cortês medieval trovadoresco, em que o aspirante à ‘mão’ da dama ia tentando chegar até ela: primeiro como “fenhador” (fingidor), depois como “precador” (primeira fala), seguindo-se a fase de “entendedor” (obtém resposta) e, finalmente, a de “drudo” (recebe um sim): ao declarar finalmente a aceitação, o ‘postulante’ transformava em “drudo” (namorado e, com mais sorte, amante…).

Ao contrário das tradições espanholas, em que as meninas (sobretudo nos lares), no final, deitavam dinheiro (muito!) no fim das canções e danças (espalhafatosas) de grupos de estudantes vestidos a rigor, em Coimbra não havia danças nem percussão, mas o anseio de uma voz de solidão, acompanhada à guitarra e à viola: no final, a donzela acendia 3 fósforos tímidos, puros e frágeis, em sinal de gratidão e promessa…

As serenatas tradicionais de Coimbra estão exemplificadas neste site no livro CANTARES DOS ESTUDANTES DE COIMBRA (AMC); as que se apresentam revelam apenas a inspiração dos sonhos e da procura do autor, em tempos de incertezas e transição, ainda antes de Coimbra.

Ao longo da juventude (e da vida) estas serenatas formaram um relicário de amor. Um Amor puro e eterno.

Transcrevem-se algumas – do livro 400 CANÇÕES PRÓPRIAS REUNIDAS:

Obs.: Algumas canções não possuem letras… perderam-se nos caminhos da vida.

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EXEMPLOS

Noite de amor – serenata  (400 CPR, 456) [L e M: Altino M. Cardoso]

1. Noite de amor
Em que a alma vive sonhos lindos
Noite de amor
Em que a vida tem voos infindos
Noite bela e pura
Feita de suavíssimo frescor
Noite de doçura
Em que eu canto amor ao meu amor.

Refrão:
Ouve, meu amor,
O bem que te quer meu coração,
Ouve, minha flor,
Minha voz tremendo de emoção
Ouve, meu amor,
Esta alma cheia de ansiedade
Vem dar-lhe o calor
De um simples sorriso de bondade.

2. Gosto tanto tanto
Desta suavidade de luar
Gosto de sonhar
Com jardins de rosas com a lua
Gosto tanto tanto
De viver assim em oração
E numa canção
Dar-te a minha alma, que é só tua.

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Pensamentos – serenata (400 CPR, 465) [M: Altino M. Cardoso]

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Despedida – serenata  (400 CPR, 436) [L e M: Altino M. Cardoso]

Amor, quero falar-te: vais-te embora
Deixa desabafar meu pobre peito
É um sopro imperceptível, já desfeito,
A última palavra desta hora.

Repara no meu rosto contrafeito
Repara neste olhar, como ele chora,
Tu vais fugir, amor, mas mesmo agora,
Levas até as lágrimas que deito.

Para aqui estou a chorar… na noite escura
Que me reveste a alma à despedida!
As lágrimas caídas a teus pés

São estrelas cadentes sem ventura
Que irão encher de luz a tua vida
E enegrecer a minha lés-a-lés.

Que irão encher de luz a tua vida
E enegrecer a minha lés-a-lés.

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Canção tranquila – serenata  (400 CPR, 424) [L e M: Altino M. Cardoso]

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Canção – serenata (400 CPR, 423) [L e M: Altino M. Cardoso]

M F, nome bonito e amigo,
Que vive comigo
Dentro do meu coração
M F, que me sorri a meu lado
Quando digo apaixonado
Este nome de condão.
Meus olhos contemplam
Quem lhes dá luz e calor
A luz do amor
A cintilar de esperança,
Meus olhos se perdem
Nessa estrelinha dourada
Sempre linda, iluminada
Em doce olhar de criança…

Refrão:
M, M F
Uma canção de amor
Que canto a toda a hora
E mesmo um destino indiferente
A mantém presente
Pela vida fora
M, M F
O nome de quem amo
Com todo o meu ardor,
Bem sei, ó Maria de F,
Que é só uma canção
Mas dou-ta com amor.

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Canção ao vento (400 CPR, 419)  [M: Altino M. Cardoso]

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Canção-lenda – serenata  (400 CPR, 420) [M: Altino M. Cardoso]

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Canção (e)  (400 CPR, 418) [M: Altino M. Cardoso]

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Tentativas  (400 CPR, 479)  [M: Altino M. Cardoso]

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Que o Amor se repita  (400 CPR, 466) [L e M: Altino M. Cardoso]

Era uma vez
um olhar, um carinho, umas mãos,
uma onda, um suspiro, uma aurora…

Era uma vez
Um sussurro, uma lágrima, um beijo,
dois olhares mudos, carinhos fundos,
duas mãos doidas!…

E tanta vez
essas ondas, suspiros, auroras
E tanta vez
os sussurros, lágrimas, beijos

E tanta vez
se fixaram, trocaram, laçaram
cresceram, cercaram,
sentiram e uniram,
gritaram, doeram
o Tudo do amor!…

Refrão:
Uma vez
a nossa história de amor
nasceu
tão igual a tantas mais
e infinitamente só nossa!

E a vida
fez-se uma aurora e um sonho,
um olhar, um desejo e um carinho,
como… era uma vez…

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Um olhar teu (400 CPR, 481) [L e M: Altino M. Cardoso]

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Violino de Amor  (400 CPR, 490) [Tradic | L e harm:  Altino M. Cardoso]

1.É já meia-noite
e esta noite está tão bela
mas tu não vieste
para te eu ver à janela.

Refrão:
Tenho um violino,
violino, violão
Ouve o meu violino
a chorar no coração…

2.Trago-te cantigas
juro-te que sou teu
minha testemunha
é a Lua lá no céu.

3.Como não vieste
estender-me a tua mão,
vim buscar um sim,
mas regresso com um não!


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